Não há formas
de me conter.
Não há argumento
que segure minha mão
prende-me por
meia-hora
essa sua
tatuagem na perna
quem fará parar
o líquido gelatinoso que sou?
o dom
pra caber numa
infinidade
de recipientes
me faz escorregar
indecorosa
por tantos braços
vontades
suspiros
não sou de tudo cruel,
eu ligo.
importo-me
se sofrem
e amargam a boca
grito histérica e louca
externo
minha incoerência
empurro e
puxo de volta
mudo mil vezes
o tom do batom.
os rapazes me entretêm
por instantes fotográficos
de paixão superficial.
depois
pego nos meus terços,
rogo,
ó Maria, ó Maria
salva-me deste fogo que
em mim queima
é que definitivamente não é
o ardor de Pentecostes
que vem do Espírito de Deus.
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