sábado, 12 de março de 2016

Desculpa.

Não há formas
de me conter.
Não há argumento
que segure minha mão
prende-me por
meia-hora
essa sua
 tatuagem na perna

quem fará parar
o líquido gelatinoso que sou?
o dom
pra caber numa
infinidade
de recipientes
me faz escorregar
indecorosa
por tantos braços
vontades
suspiros

não sou de tudo cruel,
eu ligo.

importo-me
se sofrem
e amargam a boca
grito histérica e louca

externo
minha incoerência
empurro e
puxo de volta

mudo mil vezes
o tom do batom.

os rapazes me entretêm
por instantes fotográficos
de paixão superficial.

depois
pego nos meus terços,
rogo,
ó Maria, ó Maria

salva-me deste fogo que
em mim queima
é que definitivamente não é
o ardor de Pentecostes
que vem do Espírito de Deus.





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